Misturar produtos de limpeza é um hábito comum entre os brasileiros, mas pode ser extremamente perigoso. A Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (ABRALIMP), alerta que as chamadas “misturinhas” podem gerar gases e líquidos tóxicos quando combinadas incorretamente.
Segundo a revista Higiplus, a entidade reforça que é essencial seguir as instruções contidas nos rótulos e jamais improvisar fórmulas caseiras. Misturar produtos de limpeza é uma prática muito comum em casas e escritórios, mas um levantamento da ABIPLA mostra que ela pode trazer sérios riscos à saúde.
As combinações mais perigosas
Entre as misturas mais arriscadas estão:
- Água sanitária com amônia, que libera cloramina gás tóxico que afeta o sistema respiratório;
- Água sanitária com álcool, que pode gerar clorofórmio;
- Vinagre com bicarbonato de sódio, que produz dióxido de carbono em excesso.
Além de causar intoxicação, essas misturas reduzem a eficácia dos produtos, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias.
A ABRALIMP reforça que há produtos completos no mercado, desenvolvidos para limpar com segurança e eficiência. Evitar misturas improvisadas é, portanto, uma forma simples e eficaz de proteger a saúde e manter o ambiente higienizado.
Misturas aparentemente inofensivas podem gerar gases tóxicos, causar queimaduras químicas, lesão ocular, além de simplesmente deixar a limpeza menos eficaz — abrindo brecha para fungos, bactérias e ácaros.
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Veja outras cinco misturinhas mais comuns e perigosas
- Água sanitária e vinagre: cria gases tóxicos que afetam severamente as vias respiratórias e pulmões
- Alvejante (água sanitária) + amônia: resulta em substâncias altamente corrosivas e perigosas para pele e olhos
- Água sanitária + álcool: pode gerar clorofórmio, um composto extremamente nocivo ao sistema nervoso central, fígado e rins. Embora o estudo não cite literalmente “clorofórmio”, ele alerta para resultados graves dessa mistura
- Vinagre + bicarbonato de sódio: apesar de parecer “natural”, a mesma produz dióxido de carbono em abundância. Provoca tonturas, náuseas e sufocamento em ambientes fechados
- Cuidado com misturas improvisadas em geral: qualquer combinação fora das instruções dos fabricantes torna o produto menos eficaz e permite a proliferação de microrganismos, o que contraria o propósito de higienização.
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O que dizem os dados?
Em 2021 foram registrados mais de 91 mil casos de intoxicação por produtos sujeitos à vigilância sanitária no Brasil, boa parte relacionada ao uso incorreto ou à combinação de diferentes químicos.
Outro dado alarmante é que os casos não diminuíram desde 2020. Entre janeiro até julho de 2025, cinco anos depois, o CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) da Unicamp registrou 4,6 mil casos de intoxicação com produtos de limpeza.
Os detergentes e sabões lideram a lista dos produtos mais tóxicos, seguidos pelos alvejantes. As crianças formam maioria com 2,9 mil, mas ao menos 1,4 mil atendimentos envolviam adultos.
O estudo foi realizado com a Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Abracit) e consideram os atendimentos por intoxicação com acidentes.
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