Depois de desmaiar durante a realização de exames de rotina no CT do São Paulo, na última terça-feira (12/11), o meio-campista Oscar continua internado no Einstein Hospital Israelita, passando por exames.
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Integrante do comitê de inovação e pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Dra. Vívian Masutti Jonke falou sobre o incidente e explicou o motivo da internação do jogador.
“A arritmia é sempre uma preocupação e uma triagem que a gente tem que fazer, não só em jogadores, mas em pessoas da população geral. É uma batida em um tempo diferente. Ela pode ser benigna, e aí ele pode continuar trabalhando, jogando normalmente. O grande desafio aqui é a gente identificar arritmias que tenham potencial de parada, potencial de morte súbita, de complicação. No caso do Oscar, provavelmente foi detectada uma arritmia durante o exame, e ele foi internado para a investigação para que se entenda se essa condição é uma condição que ele precisa ficar afastado do campo por prevenção para outras complicações ou se ele vai conseguir trabalhar normalmente”, explicou.
A Dra. Vívian Masutti Jonke também avaliou o risco de Oscar ter que se aposentar dos gramados por conta dos problemas cardíacos apresentados.
“Essa é uma decisão sempre difícil, não é simples, porque envolve pessoas, envolve transição de carreira. Mas a gente tem protocolos bem definidos em cardiologia e na arritmia para algumas doenças. Então, a gente sabe quando tem risco para o paciente. Então, se tiver risco para o Oscar, como a gente já viu em outras vezes no esporte, do jogador ter um mau súbito em campo, realmente aqui a melhor opção é afastar”, concluiu.
Como se prevenir
O caso de Oscar mostra como até um atleta profissional, que passa constantemente por exames, pode ser surpreendido por problemas cardíacos. Nesse cenário, a Dra. explica como podemos nos prevenir.
“Muitas vezes, o exame que você faz ali para o paciente, ele é uma fotografia daquele momento e a arritmia, ela não fica o tempo inteiro, pode ser uma doença silenciosa. Ele (Oscar) é um atleta de alto rendimento. O coração do atleta não é um coração igual ao seu ou ao meu, que praticamos esporte, mas num ritmo normal. O atleta desenvolve o coração do atleta, e por isso quem faz a interpretação desses exames é o cardiologista do esporte, que já está acostumado a ver que é um coração maior, que bate mais devagar e que, de repente, a gente pode ter o desenvolvimento de uma arritmia, que já acontecia em alguns momentos, mas a gente não detectou. Então, às vezes, o paciente, ele tem aquilo a vida inteira ou, por exemplo, o excesso de treino, ele desenvolve essa arritmia. Por isso, que eu preciso de exames frequentes e periódicos”.
