As exportações brasileiras de café verde recuaram 20,4% em outubro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), o desempenho reflete os impactos de uma safra de 2025 abaixo do potencial e das tarifas impostas pelos Estados Unidos, principal destino dos grãos nacionais.
Em outubro, o Brasil exportou 3,83 milhões de sacas de 60 kg de café verde, sendo 3,385 milhões de sacas de arábica, uma queda de 12,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, e 446,7 mil sacas de café canéfora, 51,9% a menos que em 2024. Somando também o café industrializado, as exportações chegaram a 4,14 milhões de sacas, o que representa uma diminuição de 20% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando os embarques ultrapassaram 5 milhões de sacas, um recorde histórico.
“O recuo das exportações era aguardado, principalmente por virmos de remessas recordes em 2024 e de uma safra com menor potencial produtivo”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
De acordo com Ferreira, as tarifas de importação aplicadas por Donald Trump foram um dos principais motivos para a queda nos números de importação.
“O cenário foi agravado, contudo, pela infraestrutura defasada nos portos brasileiros… e pelo tarifaço de 50% imposto pelos EUA, que diminuiu sobremaneira os embarques para esta nação”, acrescentou.
Em termos de receita, o setor teve alta de 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$1,654 bilhão, impulsionado pelos preços mais elevados no mercado internacional. Em Nova York, as cotações seguem em patamares altos por conta da escassez provocada pela redução nos embarques do Brasil.
Entre janeiro e outubro deste ano, o país exportou 33,3 milhões de sacas de café, uma queda de 20,3% em comparação com os dez primeiros meses de 2024. Já a receita aumentou 27,6%, alcançando US$12,7 bilhões no mesmo intervalo.
Por Reuters
