O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (17/10) o perdão presidencial ao ex-deputado George Santos, filho de brasileiros e ex-estrela do Partido Republicano em Nova York.
Santos estava preso desde julho, após ser condenado a sete anos por fraude eletrônica e falsidade ideológica. Ele havia admitido ter mentido sobre sua trajetória, usado identidades falsas — inclusive de familiares — e enganado doadores durante a campanha eleitoral.
Trump, que classificou o ex-deputado como um “fora da lei, mas maltratado”, afirmou em sua rede social:
“George Santos era meio que um fora da lei, mas há muitos em nosso país que não cumprem sete anos de prisão. Ele passou longos períodos em confinamento solitário e foi terrivelmente maltratado. Acabo de assinar uma comutação de pena, libertando George Santos IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George!”
Com o perdão, Santos deverá ser libertado ainda nesta sexta-feira, após cumprir pouco mais de um ano de sentença.
De estrela republicana à queda
Eleito em 2022, George Santos foi um dos grandes nomes do Partido Republicano naquele ciclo eleitoral, ao conquistar um distrito tradicionalmente democrata que inclui partes do Queens e de Long Island, em Nova York.
Logo após sua vitória, porém, veio o colapso da imagem pública. Reportagens revelaram que Santos havia inventado boa parte de sua biografia: dizia ter trabalhado em grandes bancos de Wall Street, possuir imóveis valiosos e até ter ascendência judaica — tudo falso.
Na vida real, enfrentava problemas financeiros, ações de despejo e dívidas pessoais. As revelações abriram uma série de investigações criminais e éticas, culminando em sua expulsão da Câmara dos Representantes em 2023.
Em abril deste ano, a Justiça determinou que ele se apresentasse para iniciar o cumprimento da pena, o que ocorreu em julho.
O arrependimento e o perdão
Antes da sentença, Santos enviou uma carta ao tribunal dizendo estar “profundamente arrependido” e chamando a condenação de “severa demais”.
Nas redes sociais, o ex-deputado adotou um tom conciliador:
“Aprendi que, não importa se somos de esquerda, direita ou centro, somos todos humanos e temos um superpoder que valorizo muito: a compaixão.”
O gesto de Trump reacende o debate sobre o uso político dos perdões presidenciais — especialmente quando envolve aliados e figuras polêmicas do próprio Partido Republicano.
Quem é George Santos
George Santos nasceu em Nova York, em 1988, filho de imigrantes brasileiros. Cresceu no Queens e fez carreira em pequenos negócios antes de ingressar na política.
Com uma retórica populista e discurso conservador, conquistou rapidamente espaço entre os republicanos locais. Seu apelo inicial se baseava em uma narrativa de superação, mais tarde desmentida pelas investigações.
Santos segue filiado ao Partido Republicano e, mesmo após o escândalo, mantém presença ativa nas redes sociais — onde tem sugerido uma eventual volta à política.