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Bolívia escolhe presidente de direita com candidatos pró-EUA e pragmáticos com Brasil

Pela primeira vez em 20 anos, a esquerda ficou fora do segundo turno na Bolívia, consequência da crise econômica e inflação galopante

A Bolívia decide, neste domingo (19/10), qual será o próximo presidente, entre um candidato moderado e outro mais extremista, mas ambos de direita, após primeiro turno histórico que escanteou a hegemonia da esquerda durante 20 anos. O novo mandatário assume o cargo em 8 de novembro.

A estagnação econômica do país e o racha entre o atual presidente, Luis Arce, e o ex-mandatário Evo Morales foram essenciais para a derrota progressista em agosto deste ano.

No contexto atual, a fragilidade econômica preocupa os eleitores. A inflação alcançou o nível mais alto em décadas, acima dos 23% no acumulado de 12 meses. A exportação de gás natural, antes abundante, despencou.

Paz x Quiroga

O segundo turno coloca o senador de centro-direita Rodrigo Paz contra o ex-presidente conservador Jorge “Tuto” Quiroga. Ambos os candidatos pretendem reverter elementos do modelo liderado pelo Estado da era do Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Morales, mas diferem quanto ao grau de austeridade.

Paz desafiou as expectativas ao vencer o primeiro turno com 32% dos votos, enquanto Quiroga obteve 27%.

Os dois também têm em comum o objetivo de melhorarem os laços com os Estados Unidos, num contexto de alinhamento, por mais de duas décadas, dos presidentes socialistas com a Rússia, China e Irã, apesar da manutenção da relação diplomática com Washington ter sido mantida.

Relação com Brasil

Sobre o Brasil, a relação deve se pautar pelo pragmatismo. Apesar de alinhamentos ideológicos distintos, o pleito não foi marcado por ataques dos candidatos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diferente da campanha de Javier Milei, na Argentina.

Ainda assim, vale ressaltar, em postagens antigas, Quiroga costuma associar Lula ao MAS, de forma pejorativa. Também já usou a rede social X, em 2018, para dizer que o petista se tornou “símbolo da corrupção regional”, em referência à prisão dele naquele ano, ordenada pelo então juiz Sergio Moro, durante a Operação Lava Jato.

Já Paz é comedido, sem ataques, nem mesmo em publicações antigas. A única em que cita Lula foi postada em 2024, ocasião em que se solidarizou com as vítimas da queda de avião em Vinhedo, interior de São Paulo, em agosto do mesmo ano.

Mais recentemente, o candidato de centro agradeceu ao Congresso brasileiro pela aprovação do ingresso da Bolívia no Mercosul, então sob a presidência do Brasil, liderada por Lula. 

Lula não esconde o prediletismo que tem a ícones da esquerda na América do Sul. Semana passada, ao participar do congresso do PCdoB em Brasília, relembrou a convivência dele com Morales, Hugo Chávez e Cristina Kirchner. No mesmo discurso, criticou o avanço da extrema direita na região.

Parceria econômica Brasil-Bolívia

Tradicionalmente, o Brasil é o principal parceiro comercial da Bolívia, segundo dados da diplomacia brasileira. Foi o primeiro destino das exportações bolivianas em 2023 e a segunda origem das importações do país.

Também é com a Bolívia que o Brasil compartilha a maior fronteira terrestre, de 3.423 km (a oitava fronteira internacional em extensão). Entre os destaques dessa relação, está a cooperação energética, já que o país vizinho é o maior fornecedor de gás natural para o mercado brasileiro.

Quem são os candidatos

Quiroga, 65 anos, é um conservador que foi presidente por um breve período, de 2001 a 2002. A plataforma de Quiroga inclui a expansão do livre comércio, o corte de gastos e a restauração de direitos de propriedade privada.

Já Paz, de 58 anos, é filho de um ex-presidente e candidato de centro. As principais propostas dele incluem a descentralização do governo e a promoção do crescimento do setor privado, sem desconsiderar a manutenção de programas sociais.

Com informações da Reuters

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