Uma advogada norte-americana, de 57 anos, diz ter sofrido um estupro no hotel Blue Tree Paulista, localizado em um bairro de luxo da capital paulista, em setembro de 2024.
Ela estava em uma viagem a trabalho quando, no último dia no Brasil, resolveu descansar no quarto e pedir um jantar e uma garrafa de vinho. Como não conseguiu se comunicar em inglês pelo telefone, foi até o restaurante do hotel fazer o pedido pessoalmente.
Lá, um funcionário do bar, de 19 anos, se ofereceu para subir com a vítima para ajudá-la a levar a garrafa de bebida e a comida até o quarto. Chegando lá, a estrangeira relatou ter sofrido um estupro.
Imagens de câmeras de segurança do circuito interno do hotel mostram o momento em que o homem entra no quarto, acompanhado da hóspede, e depois de dez minutos sai, ajeitando a roupa.
Ainda muito assustada com o que havia acabado de acontecer, a mulher ligou para o chefe dela e pediu ajuda. Ele chamou a Polícia, mas disse que os funcionários do hotel não quiseram ajudar.
Assim que a Polícia chegou ao hotel, o funcionário já não foi mais encontrado. Ele foi demitido do trabalho.
A vítima passou por um exame de corpo de delito, que comprovou relações sexuais e hematomas nos braços e nas pernas dela.
A mulher voltou para casa, no Kansas, nos Estados Unidos, um dia depois, mas nunca mais se recuperou do trauma.
“Ela ainda segue profundamente abalada, inclusive, nas nossas reuniões, quando precisamos falar algo sobre o caso para ela, é muito difícil ela conseguir conter a emoção. Ela precisou ficar internada em uma clínica psiquiátrica, teve gastos com médicos, remédios, tratamentos psicológicos… Ela está profundamente abalada até hoje. Com certeza, nunca mais vai retornar ao Brasil”, conta Fernanda Pastor, uma das advogadas de defesa da vítima.
Em abril deste ano, o Ministério Público de São Paulo denunciou o funcionário do hotel pelo crime de estupro. Uma audiência está marcada para janeiro de 2026.
Os advogados de defesa do réu alegam que a relação foi consensual e apontam contradições no depoimento da vítima.
Os detalhes e os nomes dos envolvidos não foram divulgados porque o processo corre em segredo de Justiça.
A TMC solicitou um posicionamento aos escritórios de advocacia que representam o hotel, mas não obteve retorno.
Por Luiza Muttoni
