Prepare o coração — e o bolso. Um estudo da Prefeitura de São Paulo revelou que 4% dos imóveis da capital terão aumento acima de 40% no valor venal, base usada para calcular o IPTU. A atualização faz parte da nova Planta Genérica de Valores (PGV), que define o preço médio do metro quadrado em cada região da cidade.
O dado foi apresentado nesta quinta-feira (23/10) pelo subsecretário da Receita Municipal, Thiago Rubio Salvioni, durante audiência pública na Câmara dos Vereadores. Segundo ele, a atualização é necessária para equilibrar as distorções acumuladas nos últimos anos.
Quem vai pagar mais — e quem escapa
De acordo com o levantamento, 70% dos imóveis terão valorização de até 20%, 26% entre 21% e 40%, e 4% acima de 40%.
Mas calma: o reajuste do IPTU tem limite de aumento anual — 10% para imóveis residenciais e 12% para não residenciais, após uma emenda dos vereadores reduzir a proposta original da Prefeitura (que previa 15%).
Na prática, uma casa que teve alta de 40% no valor venal verá o impacto diluído ao longo dos próximos quatro anos, com o IPTU subindo gradualmente.
O texto, de autoria do prefeito Ricardo Nunes (MDB), já foi aprovado em primeiro turno e volta para votação final no dia 30 de outubro.
Mais isenção e desconto
O projeto também aumenta a faixa de isenção do IPTU: imóveis avaliados em até R$ 260 mil não pagarão o imposto (hoje o limite é R$ 230 mil). Já as moradias de até R$ 390 mil terão descontos — um alívio para quem tem imóvel de menor valor.
Em nota, a Prefeitura destacou que mais de um milhão de imóveis ficarão isentos e outros 500 mil terão abatimentos.
“Além disso, a trava prevista no PL limita em 10% o reajuste anual do IPTU para imóveis residenciais com valorização acima desse valor na PGV”, informou o município.
O mapa do metro quadrado
A nova PGV detalha o valor médio do metro quadrado de cada quadra da cidade — são mais de 2.700 páginas de tabelas com códigos e endereços. O gabinete do vereador Celso Giannazi (Psol) fez um levantamento paralelo e calculou a variação média por setor fiscal, comparando os dados de 2022 (corrigidos pela inflação) com os previstos para 2026.
Essas diferenças refletem o cenário imobiliário de cada região: bairros com alta procura e valorização expressiva tendem a ter reajustes maiores, enquanto áreas periféricas registram variações menores.
