Um documento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), datado de janeiro de 2018, revela como o Estado avalia as falhas que ajudam o crime organizado a crescer nas fronteiras do Brasil. O relatório detalha em especial o que possibilita o avanço de facções como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).
O levantamento aponta que essas falhas envolvem “porosidade física, corrupção endêmica e cooptação de agentes públicos e privados”, segundo o documento. Ele mapeia duas grandes zonas de pressão: o “Arco Norte” (fronteiras com Colômbia e Venezuela) e o “Arco Centro-Sul” (áreas de expansão das facções brasileiras para centros urbanos). Um exemplo: o estado do Acre é descrito como “dobradiça” entre o que entra pela floresta e o que segue rodoviário para fora.
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O relatório também define tipos de fronteira para explicar como o crime se movimenta em diferentes territórios. Locais como as cidades-gêmeas Brasiléia (AC) e Cobija (Bolívia) são apontados como exemplos onde o legal e o ilegal se misturam no dia a dia. Segundo a Abin, sem mudanças institucionais, “a simples presença do Estado não basta para conter o avanço do crime”.
O relatório foi divulgado primeiramente pelo ICL Notícias.
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