A cidade do Rio de Janeiro viveu um cenário de guerra nesta terça-feira (28/10). Uma megaoperação policial contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte, deixou 60 suspeitos mortos, quatro policiais entre as vítimas fatais e 81 pessoas presas. A ação mobilizou mais de 500 agentes e paralisou boa parte da cidade.
Ruas bloqueadas e transporte em colapso
Desde o amanhecer, a troca intensa de tiros forçou o bloqueio de ruas, a suspensão de linhas de ônibus e afetou o funcionamento de metrô, trem e VLT. Moradores relataram pânico, com tiroteios contínuos e helicópteros sobrevoando as comunidades. Vídeos publicados nas redes mostram blindados circulando em meio a barricadas e fumaça.
Universidades e escolas próximas às áreas de confronto cancelaram as aulas, incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Colégio Pedro II. No meio do caos, comerciantes baixaram as portas, e trabalhadores ficaram sem conseguir voltar para casa.
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O alvo: o tráfico e seus chefes
De acordo com a Polícia Civil e o BOPE, o objetivo era capturar lideranças do Comando Vermelho ligadas ao tráfico de drogas e ao roubo de cargas. As autoridades afirmam que os confrontos foram intensos porque os criminosos reagiram à entrada das equipes. “Encontramos resistência armada pesada. O poder de fogo é impressionante”, declarou o delegado Leonardo Rezende, que coordena a operação.
A operação também apreendeu um arsenal de guerra: fuzis, granadas, drogas e rádios comunicadores. Os presos foram levados para a Cidade da Polícia, onde serão identificados e encaminhados à Justiça.
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Impacto além do morro
Enquanto o governo estadual defende a ação como “necessária”, entidades de direitos humanos e moradores questionam a letalidade da operação. A Defensoria Pública pediu explicações sobre a morte de civis, incluindo denúncias de invasões de casas e desaparecimentos.
A cidade ainda tenta retomar a normalidade. Linhas de ônibus e trens operam com intervalos reduzidos, e moradores seguem relatando medo de novos confrontos durante a noite.
