A estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, confessou à Polícia Civil de São Paulo que usou chumbinho para envenenar e matar 13 cachorros, além de ser responsável pela morte de quatro pessoas entre janeiro e maio deste ano, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo o depoimento, os cães pertenciam à irmã gêmea da acusada, Roberta Cristina Veloso Fernandes, com quem ela morava no estado do Rio. As investigações indicam que os envenenamentos aconteceram no ano passado, antes da mudança das duas para Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.
Aos policiais, Ana Paula afirmou que matou os animais por “falta de espaço” na casa, mas também reconheceu que já tinha o veneno guardado e sabia o efeito da substância por ter usado antes em cães.
O delegado perguntou por que ela utilizou o mesmo produto para matar uma das vítimas humanas, Maria Aparecida Rodrigues, e Ana Paula respondeu:
“Porque eu já tinha em casa… eu tinha matado um cachorro.”
Como agia a serial killer
De acordo com as investigações, Ana Paula usava chumbinho — um inseticida agrícola altamente tóxico — misturado a alimentos e bebidas para intoxicar e matar as vítimas.
Os policiais afirmam que ela conhecia o tempo de ação e a dose necessária do veneno para causar a morte.
As vítimas identificadas são:
- Marcelo Hari Fonseca, dono do imóvel onde Ana Paula morava, em Guarulhos (SP);
- Maria Aparecida Rodrigues, amiga virtual da acusada;
- Hayder Mhazres, tunisiano com quem manteve um relacionamento;
- Neil Corrêa da Silva, pai de uma colega de faculdade de Ana Paula.
A morte de Neil Corrêa foi encomendada pela filha, Michelle Paiva da Silva, que também está presa por envolvimento no crime.
Três cães sobreviveram
Dos 13 cães envenenados, três adultos sobreviveram e foram encaminhados ao Departamento de Proteção Animal de Guarulhos, onde estão disponíveis para adoção.
A polícia informou que os animais resgatados — Luna, Selena e Bob — receberam atendimento veterinário e seguem sob cuidados municipais.
Prisões e motivações
As irmãs Ana Paula e Roberta, além de Michelle Paiva, estão presas preventivamente.
A polícia acredita que a motivação dos crimes envolvia tanto interesse financeiro — como a posse de bens das vítimas — quanto vingança pessoal.
As investigações continuam para apurar se há outros possíveis envenenamentos cometidos.
Informações de Luiza Muttoni