O governo brasileiro está se preparando para uma nova rodada de negociações com os Estados Unidos na próxima semana (05/11), em Washington. O encontro — que ainda não tem lista oficial de ministros confirmados — busca avançar nas tratativas para reduzir ou eliminar parte das tarifas impostas pelos americanos a produtos brasileiros.
Acordo pode abrir mercados e derrubar barreiras
A expectativa de Brasília é que o governo americano apresente uma lista de exigências em troca da flexibilização do “tarifaço”. Entre elas, estão o acesso às chamadas “terras raras”, minerais estratégicos para tecnologia e defesa, e maior participação de empresas americanas em licitações públicas brasileiras — algo hoje restrito por regras nacionais.
Além disso, Washington também pressiona por abertura de mercados específicos, como o etanol, um tema recorrente nas negociações comerciais.
Política fora da mesa (pelo menos por enquanto)
Segundo fontes do governo brasileiro, temas políticos delicados, como o julgamento de Jair Bolsonaro e eventuais sanções a autoridades brasileiras, não devem ser usados como moeda de troca nesta rodada. Questões como a aplicação da Lei Magnitsky — que poderia atingir figuras como Alexandre de Moraes — podem até voltar a ser debatidas, mas em outro contexto, fora do eixo comercial.
Estados Unidos querem se antecipar ao Mercosul-União Europeia
A movimentação acontece poucos dias antes da próxima fase do Acordo Mercosul-União Europeia, o que aumenta a urgência dos americanos em garantir seu espaço nas negociações com o bloco sul-americano. Segundo analistas, Washington tenta evitar ficar para trás em termos de acesso e competitividade na região.
Por ora, o Itamaraty mantém cautela e evita falar em prazos ou compromissos concretos. Mas, nos bastidores, a expectativa é de que as conversas possam destravar pontos comerciais estagnados há anos.
