O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso firme durante a sessão sobre transição energética na Cúpula de Líderes da COP30, em Belém (07/11). Ele afirmou que as decisões tomadas agora vão definir “nosso sucesso ou fracasso na batalha contra a mudança do clima” e pediu o fim da dependência global dos combustíveis fósseis, destacando que “a Terra não comporta mais esse modelo de desenvolvimento”.
Brasil quer liderar o novo paradigma verde
Lula ressaltou que o Brasil é referência em energia limpa há décadas, com 90% da matriz elétrica nacional proveniente de fontes renováveis. O presidente lembrou que o país foi pioneiro no uso de etanol e biocombustíveis, e anunciou a criação de um Fundo Nacional de Transição Energética para financiar ações de justiça climática.
“O etanol é uma alternativa eficaz e imediatamente disponível”, afirmou, criticando a Organização Marítima Internacional por adiar avanços no setor. Ele ainda alertou que a transição energética representa “um novo paradigma de desenvolvimento e uma oportunidade para transformar a economia global”.
Leia Mais: Fundo para florestas tropicais ganha reforço de três países e alcança valor de US$ 5,5 bi
“Armas não trazem segurança energética”
O presidente também fez críticas à disparidade de investimentos internacionais, destacando que o mundo gasta “o dobro em armas do que em ação climática”. Para ele, não há como garantir segurança energética em um planeta em conflito. “Gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático”, disse Lula.
Compromissos até 2035
Encerrando o discurso, o presidente apresentou três metas centrais: triplicar o uso de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030; erradicar a pobreza energética e garantir acesso universal à eletricidade; e quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035.
“Os cientistas já cumpriram seu papel. Agora, os líderes precisam decidir se o século XXI será o da catástrofe climática ou da reconstrução inteligente”, concluiu.
O discurso na íntegra está disponível no site do Governo Federal.
