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Copom mantém Selic em 15% e Brasil segue com juro mais alto em 20 anos: cortes só em 2026

Decisão unânime do BC (05/11) frustra ala do governo; mercado vê começo do alívio só no ano que vem

O Copom manteve a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (05/11), pela terceira reunião seguida, no maior nível em quase duas décadas. O Banco Central citou um ambiente externo incerto, com política econômica dos EUA e tensões geopolíticas no radar, e reforçou a necessidade de cautela, apesar da defesa pública do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por cortes já em 2025.

Por que ficou parada

Segundo o BC, as condições financeiras globais seguem apertadas e exigem prudência de países emergentes. Aqui dentro, a combinação de atividade aquecida, câmbio sensível e pressões de energia ainda desafia a convergência da inflação para a meta contínua de 3% (cumprida entre 1,5% e 4,5%). Como os efeitos da Selic demoram de 6 a 18 meses para aparecer, a autoridade monetária decidiu segurar a mão.

A decisão já estava no preço: economistas do mercado projetam início do ciclo de queda só em janeiro de 2026. O comunicado voltou a mencionar que a taxa pode ficar nesse patamar por um “período prolongado”, especialmente enquanto houver incerteza fiscal e risco de tarifas comerciais entre EUA e Brasil.

O que pesa no horizonte

No meio do ano, a inflação ficou seis meses acima do objetivo, o que levou o BC a publicar carta explicando os desvios. O presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, listou como vetores a atividade firme, o câmbio, custos de energia e anomalias climáticas, fatores que seguem no radar.

Apesar da pressão política, a composição do Copom, com maioria de diretores indicados em 2025, votou de forma unânime por manter os 15% desde o fim de junho. Para o BC, baixar os juros antes da hora pode reacender preços; manter por mais tempo ajuda a ancorar expectativas e reduzir a volatilidade nos ativos.

Próximos passos

O Copom volta a se reunir em 09 e 10/12. Até lá, dados de atividade, mercado de trabalho, inflação cheia e núcleos serão determinantes. Se o cenário externo aliviar e a política fiscal ganhar tração, o debate sobre cortes em 2026 ganha corpo. Se não, prepare-se para um fim de ano ainda com crédito caro e crescimento moderando.

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