O Nubank demitiu dois funcionários acusados, segundo a empresa, de planejar um ataque aos sistemas internos da fintech. As dispensas foram comunicadas em mensagem enviada à equipe e, de acordo com pessoas a par do caso, ocorreram por justa causa.
Com os novos desligamentos, chegam a 14 as demissões por justa causa desde a semana passada, segundo mostrou a apuração da Folha de S. Paulo. As 12 primeiras estavam relacionadas a uma discussão em uma reunião online com cerca de 7 mil funcionários, na qual a empresa anunciou o fim do modelo majoritariamente remoto e a migração para o trabalho híbrido, com três dias presenciais por semana.
No comunicado interno, assinado pelo diretor de tecnologia (CTO) Eric Young, o Nubank afirma que qualquer ameaça ao sistema financeiro é crime federal e que as autoridades foram acionadas. A mensagem também diz que a instituição conseguiu impedir a implementação do suposto plano de sabotagem.
A empresa não comentou publicamente as novas demissões.
Pressão de funcionários e atuação do sindicato
Os desligamentos acontecem em meio a negociações com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que pediu a suspensão das 12 primeiras demissões por considerar que trabalhadores têm direito de discordar das mudanças no modelo de trabalho, especialmente aqueles que moram fora das cidades onde a fintech possui escritório.
A entidade convocou uma plenária com funcionários para a noite desta quarta-feira (12/11).
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Na quinta-feira (06/11), o Nubank anunciou a mudança do regime de uma semana presencial por trimestre para três dias de trabalho presencial por semana. A fintech justificou a decisão dizendo querer fortalecer a cultura interna, estimular inovação e acelerar o desempenho operacional.
O CEO David Vélez, que mora atualmente no Uruguai, informou que vai se mudar para um país onde o Nubank tenha escritório para acompanhar a implementação do novo modelo.
