A indústria fonográfica acaba de presenciar um marco inusitado: um cantor sem rosto, identidade ou presença humana comprovada chegou ao topo das paradas da Billboard.
A música “Walk My Walk”, assinada por um artista chamado Breaking Rust, se tornou a faixa country mais baixada dos Estados Unidos, mas a suposta voz por trás dela é, muito provavelmente, fruto de inteligência artificial (IA).

Leia também: Toy Story 5: saiu o primeiro teaser; assista e saiba o que esperar
Isso é algo já visto antes?
O sucesso relâmpago do artista gerou uma onda de curiosidade entre os fãs. Perfis em redes sociais, imagens promocionais e até o videoclipe da música exibem elementos criados por IA. Apesar disso, nem Breaking Rust (quem postou a música) nem sua equipe, caso exista uma, assumiram publicamente o uso da tecnologia.
De acordo com o Correio Braziliense, nos créditos oficiais, o compositor listado é Aubierre Rivaldo Taylor, um nome inexistente fora de menções ao grupo Def Beats AI, projeto já reconhecido por criar músicas com algoritmos. O mistério em torno do artista alimenta ainda mais o debate sobre os limites entre criação humana e produção automatizada no cenário musical.
Leia também: Tremembé: veja os presos famosos que não apareceram na série do Prime Video
Outros virais com IA
O fenômeno de Breaking Rust não é isolado. Nos últimos meses, diversas faixas criadas por IA têm viralizado nas plataformas. A música “Heart on My Sleeve”, que imitava as vozes de Drake e The Weeknd, alcançou milhões de reproduções antes de ser removida por questões de direitos autorais.
A banda The Velvet Sundown alcançou rapidamente 1 milhão no Spotify, e também não é real. O folk psicodélico conquistou São Paulo e logo ficou no topo das paradas, depois, o som conquistou a Austrália, Suécia e Inglaterra.
Outro exemplo é a Tocanna, uma tucano fictícia que já acumula mais de 180 mil seguidores no Instagram. A faixa de mais sucesso viralizou nas redes sociais e é uma versão do hit de Alicia Keys com Jay-Z, “Empire State of Mind”.
Bora refletir!
A ascensão de artistas como Breaking Rust levanta discussões éticas e criativas. Afinal, quem deve ser reconhecido como autor de uma música feita por algoritmos? E como o público reagirá quando a maioria dos sucessos vier de vozes que nunca existiram de fato?
Apesar de ser criativo e muito legal a ideia, temos que ter consciência e saber quais são os limites para essas criações, afinal, os autores dessas músicas poderão competir um dia ao Grammy com cantores e compositores tão famosos da área?
Leia também: Caixa lança edital para concurso com salário de até R$ 16 mil reais
