Piloto que batiza o Autódromo de Interlagos, José Carlos Pace será homenageado no domingo, antes do início do GP de São Paulo de Fórmula 1.
O tributo, organizado pela Prefeitura de São Paulo, é uma referência aos 50 anos da primeira e única vitória de Pace na F-1, conquistada justamente em Interlagos.
“É um orgulho enorme saber que, depois de 50 anos da vitória, ainda conversamos sobre isso. Hoje, com os meus filhos, sobrinhos, sempre falamos sobre o feito e ainda mostra algumas imagens. Então, é muito legal poder proporcionar isso para as crianças, para o pessoal continuar tendo essa lembrança. Mesmo parecendo tanto tempo, parece que foi ontem para certas pessoas, ficou marcado para muita gente”, disse Rodrigo Pace, filho de José Carlos, em entrevista à TMC 360.
Pace faleceu aos 32 anos no auge. Em 18 de março de 1977, ele pilotava um pequeno monomotor quando uma forte tempestade comprometeu o voo e a aeronave bateu na Serra da Cantareira, no município de Mairiporã, após decolar do Aeroporto Campo de Marte.
Na ocasião, os especialistas apontavam o brasileiro como grande favorito ao título da temporada 1977. O piloto paulista dividia as atenções com Emerson Fittipaldi, que viria a se sagrar bicampeão da F-1.
“Sou um grande estudioso da F-1. Então, analisei todos os anos na sequência de 1977, pensando qual carro realmente ele poderia estar pilotando até ele parar de correr, quais seriam as possibilidades em outras equipes. Também conversei com pessoas mais velhas do que eu e que acompanharam melhor na época. Acredito que ele teria grande chance de ser campeão. Todos cravavam o nome dele como o próximo campeão pós-Emerson”, diz Rodrigo Pace.
A primeira grande homenagem do automobilismo brasileiro a José Carlos Pace aconteceu em 1985. A gestão da então prefeita Luiza Erundina batizou o Autódromo de Interlagos com o nome do piloto.
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RESTOS MORTAIS
Quase 40 anos depois, a ligação da família Pace com o circuito se tornou ainda mais intensa. Os restos mortais do piloto foram enterrados no próprio autódromo, justamente onde havia uma placa em sua homenagem, logo na entrada.
Pace havia sido enterrado no Cemitério do Araçá, na capital paulista. Mas o túmulo foi vandalizado e a família acabou aceitando ideia da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) de levar a ossada para o autódromo.
“Toda vez que vou a Interlagos parou alguns minutinhos diante dele e faço uma oração”, revela o filho Rodrigo.
A transferência dos restos mortais para o circuito trouxe mudanças na rotina da família no Dia de Finados. “É muito bacana que ele esteja lá, porque cemitério é uma coisa meio triste, difícil levar as crianças para lá. Agora, sempre quando vamos lá, paramos em frente ao túmulo, rezamos um pouco, ficamos juntos por um momento pensando nele”, diz o filho do ex-piloto.
Por Felipe Rosa Mendes
