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Inspiração no Bayern e torcedores acionistas: entenda o projeto de SAF do Corinthians

Projeto é idealizado por quatro torcedores que propõe um modelo inédito de SAF no Brasil

Chegando em R$ 2,7 bilhões de dívida, o Corinthians vive a maior crise financeira de sua história. Além da dívida, o time do povo também enfrentar processos na FIFA pelo não pagamento da compra de alguns jogadores e inclusive está proibido realizar novas contratações.

Esse cenário caótico que parece sem fim foi o ponto de partida para um novo projeto ser lançado: A SAFIEL.

Inspirado no modelo de gestão do Bayern de Munique, com torcedores podendo comprar parte do clube, o projeto conta com a idealização de quatro corintianos que se juntaram prometendo recolocar o Timão de volta ao protagonismo no futebol brasileiro.

Carlos Teixeira, empresário do ramo de tecnologia, é um dos idealizadores e falou com exclusividade ao TMC 360 sobre a formatação da ideia, o apoio das organizadas, e modelo de gestão e explicou detalhes de como e quem vai comandar a possível Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Corinthians.

O PROJETO

Criado por Carlos Teixeira, Maurício Chamati, Eduardo Salusse e Lucas Brasil, a SAFIEL surgiu de uma indignação com as últimas gestões do Corinthians que registraram dívidas com escândalos de corrupção e até impeachment de presidente (Augusto Melo).

“Nós somos um grupo de torcedores que se reuniu com uma grande indignação e um grande incômodo com relação à situação do Corinthians. A situação financeira, a situação política. Nós percebemos que, dificilmente, o clube associativo conseguiria reverter a rota, a espiral negativa em que o clube se meteu. E percebemos que a gente precisava propor um modelo que fosse mais contundente, uma solução mais tempestiva. Então, de um lado, a gente tinha uma indignação muito forte. Do outro lado, a gente percebia que o caminho político era absolutamente inviável“, disse Carlos.

Atualmente no Brasil existem mais de 120 SAFs espalhadas pelo país, muitas delas num modelo tradicional com um único dono. Algo que parece longe da realidade corintiana que carrega em sua história a alma da “democracia corintiana” e seus mais de 35 milhões de torcedores.

Pensando nisso, o modelo da SAFIEL vem da ideia de manter a essência do clube e modernizar a gestão democraticamente, como explica Teixeira.

“Olhando para todos esses elementos e nos inspirando muito no Bayern de Munique, nós desenhamos a SAFIEL, que é um projeto de separação das propriedades de futebol do clube associativo, migrando essas propriedades para uma nova empresa, onde os torcedores serão convidados a adquirirem ações. Não é uma doação, deixando claro que é um investimento que você faz adquirindo ações do futebol do Corinthians. Ou seja, você tem ali profissionais contratados nos cargos chaves da SAF, sem nenhum tipo de interferência política, nem de torcedor, nem de clube associativo”, completou.

O MODELO DO BAYERN

Como inspiração para SAFIEL, o modelo do Bayern de Munique foi formatado no início dos anos 2000, junto a construção da Allianz Arena. Os alemãs criaram duas empresas, a Bayern e.v e Bayern e.c.

A Bayern e.v é detentora de 75% da Bayern e.c, que controla o futebol do clube. Os outros 35% foram vendidos para Adidas, Audi e a própria Allianz. Todo processo de governança é realizado via conselho gestor, como explica Carlos.

“Então, em poucas palavras, o projeto foi construído sob esses ângulos, sob essas premissas, e no Brasil é inédito, porque nós não temos SAFs onde os torcedores são acionistas. Mas nós, olhando para fora do Brasil, nós temos alguns exemplos e o que mais nos inspira é o Bayern de Munique“, revelou.

QUEM DÁ AS CARTAS?

No Brasil é comum que figuras populares comandem o futebol dos grandes clubes por longos anos como casos de Eurico Miranda, Juvenal Juvêncio e Andrés Sanchez. Com a proposta de ter vários acionistas, a dúvida frequente entre os torcedores do clube é: quem vai dar as cartas?

Sobre esse assunto, o empresário explicou como será o processo de governança da SAF e qual ou quais figuras vão tomar as principais decisões.

“Nós criamos uma arquitetura de governança e de profissionalização. E o órgão mais importante da SAF é o conselho de administração. Nós desenhamos um conselho com 10 cadeiras. Cinco dessas cadeiras são de quem têm mandato executivo e elas só podem ser ocupadas por profissionais independentes. Isso significa que eles recebem salários para serem membros do conselho e significa que eles não têm vínculo nem com os torcedores, nem com o clube associativo e são esses que têm poder executivo dentro da SAF”, afirmou.

Além dos profissionais, o conselho também terá a presença de torcedores e figuras ligadas a instituição, mas ponderou que a seleção será criteriosa.

“As outras cinco cadeiras são reservadas para representantes dos torcedores e do clube associativo. Essas cadeiras não têm poder de voto dentro do conselho de administração. Eles são apenas vozes, eles não mandam, eles opinam. Importante deixar claro que não é qualquer pessoa que pode concorrer a essas posições. Você precisa passar por critérios absolutamente objetivos e exigentes de qualificação técnica, formação, experiência profissional e critérios éticos também”, pontuou.

Carlos Teixeira também comentou sobre a contratação de um CEO e o possível organograma das lideranças do projeto

“Eles têm a prerrogativa de contratar o CEO da SAF, de supervisionar o trabalho do CEO, de dar as metas, de impor limites orçamentários e de demitir, se necessário for, independente de qualquer ciclo eleitoral. Nós montamos um modelo de três camadas, onde eu tenho separações muito claras: o que o dono faz, o que o conselho de administração faz e a terceira camada é a camada executiva, do CEO para baixo”, revelou.

APOIO DAS ORGANIZADAS

No evento de lançamento que aconteceu no Estádio do Pacaembu, Alê, presidente da torcida organizada Gaviões da Fiel, esteve presente e falou que a proposta “parece ser interessante” e que “iria levar a questão para o conselho da entidade”.

Carlos revelou que a aceitação do projeto está crescendo entre os torcedores e a importância do apoio e todas as organizadas, principalmente dos Gaviões.

“Nós ouvimos muito corintianos, fizemos muitos aperfeiçoamentos no projeto, muitos ajustes, e conseguimos, acho que, modéstia à parte, criar um modelo que atende bem os anseios dos torcedores e que atende bem as premissas de quem vai ser um torcedor investidor. Eu achei muito legal que o Alê está colocando isso para debate, não apenas no Conselho dos Gaviões. Você vai ter 130 mil corintianos dizendo sim ou não ao modelo da SAF que a gente está propondo. Cara, isso é genial”, disse Teixeira.

ACEITAÇÃO DOS CARTOLAS

Além do momento economicamente ruim, o Corinthians viveu dias de caos em sua política interna. Com o impeachment de Augusto Melo e eleição de Osmar Stabile como presidente, o clube conviveu com recentes escândalos envolvendo o uso de cartão corporativo para fins pessoais e até investigações da Polícia Civil com o caso ‘Vai de Bet’.

Para que a proposta possa de fato sair do papel, é essencial que membros do conselho e cartolas do clube gostem e levem o projeto para votação. Para isso Carlos comentou que as movimentações e reuniões ja estão acontecendo.

“Ficamos lá conversando durante algumas horas com o Romeu Tuma, com o Stabile um pouco menos. Momento de diálogo, momento de união de todos os corintianos, de superação de diferenças e de fazermos uma transformação responsável e correta. Isso leva tempo e nós temos muito respeito a isso. Eles se mostraram abertos“, disse o líder do projeto. \

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