O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) definiu em julgamento ocorrido na última segunda-feira (20/10), as penas de Diego, ex-volante do Batel, e de Paulo Vitor, zagueiro do Nacional-PR. Os jogadores se envolveram em uma confusão na partida entre as equipes pela Taça FPF.
Diego pegou sete jogos de suspensão, além de ter tomado uma multa de R$ 2 mil por ter chamado Paulo Vitor de “macaco”. Já PV, vítima de racismo, pegou gancho de 10 partidas, sendo seis pelo cuspe, que teria acontecido antes do ato racista, e quatro pelo soco, proferido após ter sofrido a injúria racial.
Diego alega ter tomado um cuspe de PV. Em seguida, o volante chamou o adversário de macaco e o mesmo reagiu com um soco. PV comunicou ter sido vítima de injúria racial ao juiz da partida, que acionou o protocolo antirracismo cruzando os braços em formato de “X”.
PV foi expulso pela agressão, enquanto Diego, deixou o campo sangrando de ambulância. O volante foi demitido da equipe do Batel após o caso.
Durante a sessão, Diego afirmou ter proferido a palavra “malaco” ao invés de “macaco. Ainda segundo o jogador, o termo é utilizado para se referir a um “maloqueiro”.
Em nota, o Nacional afirmou que entrará com recurso contra a decisão.
“O Nacional Atlético Clube de Campo Mourão/PR, acompanha de perto a situação de injúria racial praticada em desfavor de um de seus atletas. Na data de 21/10/2025 o TJD-PR julgou em Primeira Instância o caso. O clube tomará todas as medidas judiciais cabíveis, para que de fato a Justiça seja feita, renovando seu compromisso contra quaisquer práticas de atos discriminatórios, as quais são inaceitáveis!”
O Batel foi denunciado no artigo 243-G, que pune “ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor”, mas foi abssolvido da denúncia e se pronunciou sobre o caso.
“Na noite de ontem o Batel foi absolvido por unanimidade sobre a falsas acusações de que teria sido omisso ou até mesmo conivente com aquele lamentável episódio que aconteceu no jogo contra o Nacional-PR. Reiteramos nossa postura de tolerância zero a qualquer tipo de preconceito ou discriminação e a gente só quer apagar esse lamentável episódio. Foi um julgamento farto de provas e muito técnico, onde todo o contexto apareceu e ficou muito claro”, afirmou Leonardo Mattos Leão, presidente do clube
A Polícia Civíl do Paraná ouviu os dois jogadores e instaurou um inquérito sobre o caso. A defesa de PV aguarda a denúncia do Ministério Público do Paraná e vai entrar com um processo na esféra cível.

