Sistemas piratas de streaming e televisão, conhecidos também como “gatonet”, estão sendo derrubadas no Brasil alvos de uma operação iniciada na Argentina. Mais de 30 plataformas foram derrubadas desde o último sábado (1º).
Em nota enviada ao Estadão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou que a medida faz parte de uma ação judicial movida pela Aliança Contra a Pirataria Audiovisual (Alianza), mas confirmou que a agência não participou do processo. As interrupções aconteceram não apenas no Brasil, com plataformas como My Family Cinema e Eppi Cinema, mas também no México e África do Sul.
Repercussão nas redes sociais
Nas redes sociais, usuários postaram sobre a derrubada dos serviços e alguns ainda lamentaram a perda de dinheiro com a assinatura recém renovada. Vale lembrar que esses aparelhos garantem acesso a conteúdos como filmes, séries e até mesmo sinal de televisão de forma ilegal.
No sistema da BotoTV, por exemplo, aparece a seguinte mensagem: “Devido a questões de direitos autorais, esta marca deve encerrar permanentemente seus serviços. Agradecemos sinceramente pela sua confiança e apoio ao longo dos anos. Esperamos que nosso produto tenha proporcionado boas lembranças para você e sua família. Desejamos tudo de melhor na descoberta de novos aplicativos que enriqueçam sua vida digital”.

Pirataria causa prejuízo de R$ 15,5 bilhões por ano
Na última terça-feira (4), a Anatel lançou o estudo técnico White Paper Combate à Pirataria, que analisa os avanços regulatórios, operacionais e institucionais do Brasil no enfrentamento à pirataria de produtos e serviços de telecomunicações. O levantamento mostra que no final do mês de julho de 2025, 8.053.098 produtos não homologados foram retirados do mercado, com valor estimado em R$ 833,6 milhões.
Ainda, o “gatonet” causa um prejuízo de R$ 15,5 bilhões em diferentes setores todos os anos, tirando cerca de R$ 2 bilhões de arrecadação de impostos do governo anualmente. São 33 milhões de brasileiros que consomem conteúdos piratas por um ou mais meios ilegais. Atualmente, a Anatel prevê multa de até R$ 10 mil e até quatro anos de prisão para quem compra ou vende produtos pirateados.
A agência ressalta que há diversos riscos de consumir pirataria, especialmente quando ela está conectada na internet. Classificada como um “convite para fraudes”, o famoso TVBox ou plataformas de streaming ilegais podem deixar os sistemas da casa e dados pessoais vulneráveis a golpes, bem como riscos de choques elétricos e explosões por falta de regulamentação.
O White Paper também menciona a criação do Regulatron, um robô criado com o uso de inteligência artificial que acompanha anúncios das plataformas e identifica produtos não homologados. A ferramenta analisa centenas de milhares de anúncios e emite um alerta de risco para os fiscais, que podem derrubar o sistema.
