Mais de 2.600 protestos do movimento “No Kings” (“Sem reis”) estão programados para este sábado (18/10) em todas as 50 unidades da federação dos Estados Unidos. A mobilização, considerada uma das maiores do país nos últimos anos, é uma reação às políticas do presidente Donald Trump em áreas como imigração, educação e segurança pública.
Os atos ocorrem em metrópoles, subúrbios e pequenas cidades, e são vistos como termômetro da insatisfação de parte da população com o rumo político do país. Desde que Trump reassumiu o cargo há dez meses, seu governo tem adotado medidas mais rígidas de fiscalização migratória, reduzido o número de servidores federais e cortado repasses a universidades que promovem debates sobre diversidade, inclusão e direitos de minorias.
Em algumas grandes cidades, tropas da Guarda Nacional foram enviadas para apoiar forças de segurança e agentes de imigração — ações que críticos consideram um avanço autoritário do poder federal.
O que é o movimento “No Kings”
Criado por organizações progressistas e grupos de base, o movimento “No Kings” surgiu em 2024 como uma resposta à concentração de poder no Executivo e à retórica populista de Trump. O nome faz referência ao rejeito histórico dos EUA à monarquia, usado como metáfora para alertar sobre o risco de autocracia e erosão democrática no país.
A iniciativa ganhou força nas redes sociais e reúne mais de 300 organizações locais, além de apoio de políticos progressistas e celebridades. A ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) ofereceu treinamento jurídico e de mediação a milhares de voluntários que atuam como observadores nas marchas, para garantir segurança e caráter pacífico dos protestos.
Contexto e simbolismo
Os protestos de outubro seguem um formato semelhante ao das manifestações de junho, quando mais de 2.000 atos No Kings ocorreram em todo o país. As marchas acontecem em um momento de polarização intensa, com críticas à condução da guerra em Gaza, ao enfraquecimento de políticas educacionais e de gênero e ao aumento da presença militar doméstica.
Para os organizadores, o objetivo é reafirmar o valor da democracia e do direito ao protesto pacífico, em contraposição ao que consideram avanços autoritários do governo federal.
Por Reuters