O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a surpreender nas urnas. O seu partido, Liberdade Avança (LLA), conquistou mais de 40% dos votos nas eleições legislativas de meio de mandato — resultado que consolida seu domínio político e reforça a aposta do país em seu plano econômico ultraliberal, mesmo em meio à instabilidade cambial.
Milei no modo “rockstar da política”
Durante a comemoração, Milei fez o que sabe melhor: show. Em tom teatral, agradeceu aos argentinos que “apostaram nas ideias da liberdade” e lançou a frase que virou manchete — uma releitura da máxima trumpista: “Vamos tornar a Argentina grande novamente.”
O discurso inflamado aconteceu diante de uma multidão que agitava bandeiras lilases e gritava o nome do presidente. Milei também aproveitou para cutucar a velha política, dizendo que “o país precisa de menos Estado e mais coragem”.
A vitória que muda o jogo em Buenos Aires
A votação era vista como um referendo sobre o estilo explosivo de Milei e suas reformas econômicas. Mesmo com críticas por cortes severos e aumento da inflação, o argentino conseguiu converter insatisfação em força política. Analistas apontam que o apoio das classes médias e de empresários, somado à fragmentação da oposição, selou a vitória do LLA.
Nos bastidores, comenta-se que o presidente planeja usar o novo capital político para acelerar privatizações e aprofundar o acordo financeiro com os Estados Unidos.
A Argentina no fio da navalha
Apesar da festa, o clima econômico segue tenso. O peso argentino continua sob pressão e os preços disparam semanalmente. Ainda assim, Milei parece disposto a dobrar a aposta — e transformar o caos em combustível para sua narrativa de ruptura.
Com o novo Congresso a favor, o presidente deve ampliar o poder de decisão sobre gastos, câmbio e privatizações. O desafio agora será provar que o discurso incendiário pode realmente entregar resultados concretos.
