O presidente interino do Peru, José Jerí, decretou na última terça-feira (21/10) “estado de emergência” na capital Lima e região metropolitana por conta da escalada de violência ocorrida nos protestos da “Geração Z”. A medida aconteceu em pronunciamento oficial do líder político na TV estatal do país e começou a valer a partir das 00h desta quarta-feira (22/10) (2h pelo horário de Brasília).
“A criminalidade cresceu muito nos últimos anos, causando enorme dor em milhares de famílias e prejudicando o progresso do país. Mas isso acabou. Hoje começamos a mudar a história da luta contra a insegurança no país. O estado de emergência, aprovado pelo conselho de ministros, entre em vigência a meia-noite e por 30 dias”, disse o líder político.
Na última quarta-feira (15/10), o rapper Eduardo Ruiz Sanz, conhecido como Trvko, foi morto por um policial que efetuou um disparo de arma de fogo contra ele durante as manifestações. O caso ganhou repercussão nacional e causou comoção entre os participantes do movimento que pedem reforma constitucional, o fechamento do congresso nacional, novas eleições e a diminuição da criminalidade.
Os protestos começaram em setembro deste ano quando o governo da então presidente, Dina Boluarte, aprovou medida que obrigava todos os cidadão acima de 18 anos a aderir um provedor de pensão para aposentadoria. Ela também foi acusada de possuir uma coleção de relógios de luxo não declarados.
Após a repercussão dos casos, no dia 10 de outubro o congresso aprovou o impeachment de Gina da presidência por unanimidade. José Jerí foi o escolhido para liderar o país interinamente e desde então declarou guerra ao crime organizado.
As ações dos manifestantes conhecidos como “Geração Z” são marcadas pelas redes sociais e já causaram muitos transtornos a segurança nacional. Isso porque ataques com coquetéis molotov, fogos de artifício e pedras são comuns nos protestos, que resultaram em 55 policiais feridos e 10 pessoas presas, de acordo com Jerí.