Os Estados Unidos bombardearam mais um barco no Mar do Caribe, acusado de pertencer a traficantes de drogas. O ataque, confirmado neste domingo (02/11) pelo secretário de Guerra Pete Hegseth, deixou três mortos a bordo da embarcação.
Este foi o 16º barco destruído em pouco mais de um mês — nove no Caribe e sete no Oceano Pacífico — em uma ofensiva militar ordenada pelo presidente Donald Trump. Segundo dados do governo americano, os ataques já deixaram 64 mortos.
Na última sexta-feira (31/10), a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o governo dos Estados Unidos interrompa imediatamente os bombardeios, classificando-os como “execuções extrajudiciais”. Em nota oficial, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou que “os ataques, com seu crescente custo humano, são inaceitáveis” e exigiu que o país “tome todas as medidas necessárias para evitar novas mortes, independentemente de qualquer suposta atividade criminosa”.

Ofensiva militar e críticas internacionais
As operações fazem parte da política de Trump de combate ao narcotráfico na América Latina, com foco em embarcações suspeitas nas proximidades da Venezuela e da Colômbia. A ofensiva começou em setembro e mobilizou grande poderio militar para a região.
Apesar da justificativa de impedir o tráfico de drogas rumo aos EUA, analistas e veículos de imprensa norte-americanos apontam que o objetivo real seria desestabilizar o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Relatórios da ONU também colocam em dúvida a versão oficial. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da agência da ONU para Drogas e Crimes, mostra que a principal substância ligada às overdoses nos EUA é o fentanil, proveniente majoritariamente do México e não das rotas marítimas do Caribe e Pacífico.
Os governos da Venezuela e da Colômbia criticaram publicamente os ataques. Caracas classificou as ações como uma “tentativa de mudança de regime”, enquanto Bogotá chamou os bombardeios de “execuções extrajudiciais”.
