Órgãos reguladores financeiros globais estabeleceram planos para um monitoramento mais rigoroso dos riscos da inteligência artificial, à medida que bancos e outras partes do setor financeiro aumentam o uso da tecnologia.
Bancos têm se mostrado amplamente otimistas quanto ao fato de que a IA os tornará mais produtivos, mas os órgãos reguladores de todo o mundo expressam preocupações sobre o possível impacto dessa tecnologia na estabilidade financeira.
O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), órgão de vigilância de riscos do G20, afirmou em um relatório nesta sexta-feira que, se muitas instituições acabarem usando os mesmos modelos de IA e hardware especializado, isso poderá levar a um comportamento de rebanho.
“Essa forte dependência pode criar vulnerabilidades se houver poucas alternativas disponíveis”, disse o conselho.
Um estudo separado publicado pelo grupo de bancos centrais, o Bank for International Settlements, acrescentou que há uma “necessidade urgente” de que as autoridades monetárias, os reguladores financeiros e as autoridades de supervisão “melhorem seu jogo” em relação à IA.
“Há uma necessidade de atualizar suas capacidades, tanto como observadores informados dos efeitos dos avanços tecnológicos quanto como usuários da própria tecnologia”, disse o BIS.
Estados Unidos, China e outros países estão atualmente correndo para liderar o desenvolvimento de tecnologias revolucionárias de aprendizado de máquina.
O relatório do FSB disse que, embora a IA possa ampliar o estresse do mercado, atualmente há “poucas evidências empíricas de que as correlações de mercado impulsionadas pela IA afetem os resultados do mercado”.
O relatório acrescenta que as instituições financeiras também correm o risco de sofrer mais ataques digitais relacionados à IA e fraudes impulsionadas por essa tecnologia.
Algumas regiões já deram os primeiros passos para regulamentar a IA, incluindo a União Europeia, cuja Lei de Resiliência Operacional Digital (DORA) entrou em vigor em janeiro.
*Reuters/Tradução Redação São Paulo