Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu afastar o juiz federal Eduardo Appio, que atuou em processos da Operação Lava Jato, após ele ser identificado como suspeito de furtar garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau (SC). A informação foi confirmada nesta sexta-feira (31) pelo delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
“Estávamos certos! O TRF-4 afastou o juiz federal que foi identificado pela PCSC como suspeito de furto em Blumenau”, publicou o delegado nas redes sociais.
A investigação começou após o registro de um boletim de ocorrência que relatava o furto de duas garrafas de champanhe Moët, avaliadas em cerca de R$ 500 cada, em 20 de setembro e 4 de outubro deste ano. Segundo o documento, o suspeito, descrito como “um senhor de 72 anos, de óculos e 1,76m de altura”, deixou o local em um Jeep Compass cuja placa pertence ao magistrado.
O TRF-4 foi comunicado oficialmente sobre os indícios em 23 de outubro, por meio de um ofício enviado pela Polícia Civil. Após análise, o tribunal decidiu afastar Appio por até 120 dias, mantendo seus vencimentos básicos, conforme prevê a Lei Orgânica da Magistratura (LOMAN).
De acordo com o comunicado policial, a autoria foi apontada com base em depoimento de uma testemunha presencial e análise de imagens do local. A nota enviada ao tribunal destacou que os indícios foram suficientes para justificar a remessa do caso, já que Appio possui foro privilegiado.
O juiz, que mora em Blumenau e atua em Curitiba (PR), ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações. O TRF-4 informou que não comenta investigações que envolvem magistrados.
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