O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nos dias 9 e 10 de novembro , da IV Cúpula CELAC-UE, em Santa Marta, na Colômbia, encontro que reúne líderes da América Latina, Caribe e União Europeia. A missão: reforçar a cooperação birregional e transformar boas intenções em resultados práticos em áreas como educação, inovação, transição energética e segurança.
Integração com ação
Segundo o Itamaraty, o evento deve aprovar a “Declaração de Santa Marta” e o “Mapa do Caminho 2025–2027”, um plano de ação para ampliar a integração política e econômica entre os blocos. A diplomata Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe, destacou que a presença de Lula reafirma o papel do Brasil como motor da integração regional. “Ele participou de todas as cúpulas e tem esse compromisso histórico com o diálogo entre os países latino-americanos e caribenhos”, afirmou.
A agenda é ambiciosa: comércio e investimentos, clima, meio ambiente, segurança alimentar, educação, saúde e combate ao crime organizado transnacional. A ideia é criar uma rota de cooperação que conecte as duas regiões — que, juntas, representam um bilhão de pessoas e um fluxo comercial superior a US$ 300 bilhões.
América Latina em evidência
A CELAC, criada em 2010, reúne 33 países latino-americanos e caribenhos e é hoje um dos principais fóruns de diálogo do hemisfério. A Colômbia exerce a presidência temporária em 2025, e o Brasil, que havia deixado o grupo por três anos, retomou participação plena em 2023, como parte da política externa de reaproximação.
Durante a cúpula, o grupo também deve aprovar duas declarações de livre adesão — uma sobre segurança cidadã e outra sobre política de cuidados, tema considerado prioritário pelo governo brasileiro por tratar da proteção dos mais vulneráveis.
Posição estratégica
Padovan reforçou que a América Latina tem papel estratégico global em dois pilares: segurança alimentar e transição ecológica. “Somos o celeiro do mundo e essenciais para uma economia verde e sustentável. O desafio é transformar esse potencial em projetos concretos, não apenas discursos”, disse.
A cúpula ainda deve abordar a cooperação com outros blocos, como União Africana e China, e reforçar a CELAC como espaço de articulação para soluções conjuntas em temas globais.
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Com informações de Gov.br
