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Mudança na Bolívia: Rodrigo Paz vence e quebra domínio histórico do partido de Evo Morales

Senador de centro-direita conquista presidência com 54,5% dos votos, promete equilíbrio entre mercado e inclusão social e marca reaproximação com os Estados Unidos

A Bolívia elegeu neste domingo (19/10) o senador Rodrigo Paz como novo presidente da República. Ele venceu o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga no segundo turno com 54,5% dos votos, contra 45,5% do adversário, segundo dados oficiais divulgados pela Corte Eleitoral. A posse está marcada para 8 de novembro de 2025.

A vitória de Paz representa uma das mudanças políticas mais significativas da Bolívia em duas décadas. Após quase 20 anos de domínio do Movimiento al Socialismo (MAS), o país escolheu uma guinada pró-mercado e uma política externa mais alinhada aos Estados Unidos.

De acordo com a Reuters, o resultado “sinaliza uma rejeição decisiva ao governo socialista” e uma provável redefinição das relações diplomáticas e econômicas com Washington, que ficaram estremecidas durante o ciclo de Evo Morales e seus sucessores.

O pleito foi fortemente influenciado pela crise econômica que se aprofundou ao longo de 2025.

O novo presidente e suas propostas

Rodrigo Paz, considerado um moderado dentro do espectro de centro-direita, propõe reformas econômicas graduais.
Embora defenda abertura de mercado e cooperação internacional, tem prometido preservar programas sociais voltados à população mais pobre.

Entre suas principais medidas anunciadas estão:

  • Plano de cooperação econômica com os Estados Unidos, estimado em US$ 1,5 bilhão, voltado ao abastecimento de combustíveis e à estabilização cambial;
  • Revisão gradual de subsídios e incentivos, evitando choques econômicos imediatos;
  • Parcerias público-privadas para infraestrutura e energia, com foco na reativação do setor de gás natural.

Paz também tem buscado se diferenciar de Quiroga, que defendia privatizações amplas e cortes imediatos.

Desafios para o novo governo

Apesar da vitória, Paz enfrentará um cenário econômico e social delicado. A Bolívia hoje é marcada por fatores como:

  • Inflação de cerca de 23% no acumulado do ano;
  • Escassez de combustível e de dólares, que atingiu o consumo interno;
  •  Queda nas exportações de gás natural, principal produto de exportação boliviano, afetando a balança comercial e o câmbio;
  • Desgaste do modelo estatal adotado nas últimas gestões, visto por parte do eleitorado como ineficiente e pouco adaptado à nova conjuntura global.
  • 84% da força de trabalho na informalidade, segundo estimativas do governo;
  • Dificuldades para atrair investimento estrangeiro e negociar com credores internacionais.

Analistas apontam que sua maior tarefa será reconstruir a confiança econômica e institucional, conciliando ajuste fiscal, abertura de mercado e políticas inclusivas.

Por Reuters

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