Uma cena montada para enganar a polícia acabou desmontando o próprio autor do crime. Na manhã de sexta-feira (24/10), em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, Rodrigo da Silva Belas Gonçalves, 46, ligou para a PM dizendo que sua esposa, Camila Rodrigues Guimarães Belas Gonçalves, 43, havia tirado a própria vida. O que parecia um caso trágico de suicídio se revelou um feminicídio premeditado — e mal encenado.
Cena de crime não convenceu ninguém
Ao chegar ao local, os policiais estranharam as contradições de Rodrigo. Ele dizia que a mulher “passava mal” e tomava remédios sem receita, mas o corpo ainda estava quente, o que indicava morte recente. A máquina de lavar seguia ligada e pedaços de espuma de travesseiro estavam espalhados pelo chão — um detalhe que chamou a atenção dos peritos.
O marido insistia que ficou o dia todo com a esposa, que teria desmaiado e recusado atendimento médico. Só às 20h ele acionou o Samu. As inconsistências levantaram a suspeita imediata dos agentes.
A confissão e o motivo absurdo
Durante a conversa, a PM pediu que Rodrigo tirasse a camisa. Foi aí que a farsa caiu: arranhões visíveis no braço e cotovelo entregaram a luta. Confrontado, ele confessou ter estrangulado Camila após um surto de ciúmes — e ainda tentou justificar dizendo que acreditava ter sido envenenado no café da manhã.
Prisão em flagrante e investigação em curso
O homem foi preso em flagrante por feminicídio e levado à delegacia de Contagem. A perícia segue analisando o local e os objetos da casa. A defesa de Rodrigo não foi localizada.
Feminicídios em alta
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registra um caso de feminicídio a cada sete horas. Em Minas Gerais, os números cresceram 18% em 2025. Especialistas alertam que o isolamento e o controle emocional continuam sendo sinais ignorados em muitos relacionamentos abusivos.
Por G1