Uma empresária de João Pessoa, Paraíba, teve a sorte de acertar os seis números do concurso 2.743 da Mega-Sena em 8 de maio de 2025, mas acabou frustrada ao perceber que o prêmio de R$ 202 milhões não pôde ser recebido.
A aposta havia sido feita pela internet, em uma plataforma digital de loterias licenciada pela Caixa Econômica Federal, mas um problema no sistema impediu que o bilhete fosse validado oficialmente.
Segundo o Click Petroleo e Gás, advogado da empresária, o pagamento foi debitado normalmente às 19h48, apenas dois minutos antes do fechamento das apostas, mas a confirmação da Caixa só ocorreu às 19h52, depois do encerramento oficial.
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Por esse motivo, o bilhete não foi registrado e o prêmio nunca chegou à cliente. A plataforma intermediadora alega que não houve falha em seu sistema, mas que o pagamento só é considerado efetivo após a confirmação da Caixa, e que o valor foi integralmente estornado.
Diante da situação, a empresária decidiu acionar a Justiça Federal da Paraíba, protocolando ação no dia 13 de maio de 2025. No processo, a defesa solicita que Caixa, banco e plataforma apresentem registros detalhados das transações, incluindo horários de registro, para comprovar se o pagamento ocorreu dentro do prazo regulamentar.
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Especialistas em direito digital e do consumidor destacam que o caso evidencia um vácuo jurídico sobre falhas em plataformas de loteria online. Mesmo que a transação técnica não tenha sido processada em tempo real, a responsabilidade civil pode recair sobre o fornecedor se o consumidor comprovar que cumpriu sua parte.
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Riscos de apostas online
Com a popularização das apostas digitais, que cresceram mais de 240% desde 2020, casos como este mostram a necessidade de maior transparência e controle nos sistemas eletrônicos. Especialistas apontam que a ausência de protocolos claros para disputas sobre falhas técnicas cria um cenário de insegurança para os consumidores.
O processo segue em análise na 3ª Vara Federal de João Pessoa. Em setembro de 2025, a juíza determinou que Caixa, banco e plataforma apresentem logs técnicos detalhados sobre horários de transação. A expectativa é que a decisão final saia até dezembro de 2025.
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Se a empresária tiver sua reivindicação reconhecida, o caso pode se tornar um marco jurídico, abrindo precedente para responsabilização de plataformas digitais por falhas que resultem em perdas milionárias.
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Enquanto aguarda o desfecho judicial, a empresária afirma que teve a sorte de acertar os números, mas o azar de depender de sistemas que não funcionaram corretamente. O caso levanta discussões importantes sobre tecnologia, responsabilidade civil e direitos do consumidor no setor de loterias digitais, como a Mega-Sena, no Brasil.