No sábado (08/11), o ministro da Secretaria-Geral, Guilherme Boulos, inaugurou no Capão Redondo o Governo na Rua, programa que quer aproximar o governo federal das periferias e ouvir, ao vivo e sem filtro, quem mais sente os problemas do dia a dia. O evento rolou num campo de futebol no Morro da Lua, com entregadores, trabalhadoras e movimentos sociais ocupando o microfone.
Juventude, trabalho e escuta direta
A ação, que vai circular por todos os estados e também será digital pela plataforma Brasil Participativo, quer transformar a escuta em prioridades reais no orçamento. Segundo Boulos, a missão dada por Lula é conectar as políticas federais à base que deu a maior vitória ao presidente: quem vive com até dois salários mínimos e mora nas periferias.
Jovens, lideranças comunitárias e trabalhadores aproveitaram o encontro para pedir mudanças urgentes. Guilherme Coelho, voz ativa da juventude local, cobrou que jovens deixem de ser “pauta” e passem a ser protagonistas das decisões públicas.
Bruna Simões Miranda, do Movimento Vida Além do Trabalho, pediu o fim da escala 6×1 e mais atenção à saúde mental na quebrada. Ela lembrou que “os dados” têm rosto e cansaço — e moram na periferia.
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Aplicativos, moradia e presença política
Elias “Júnior” Freitas, do Movimento dos Trabalhadores Sem Direito, reforçou a urgência de políticas voltadas aos entregadores por aplicativo, destacando que a categoria sofre com precarização e ausência de representação efetiva. Para ele, ocupar espaços de poder é central para virar o jogo.
Boulos afirmou que o Governo na Rua é simbólico, mas deve virar rotina: ouvir a base, transformar demanda em orçamento e dar controle direto ao cidadão sobre para onde vai cada centavo.
